Rastreabilidade não é luxo e sim questão de sobrevivência na pecuária
O Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS) identificou 22 necessidades para comprovar na prática como a bovinocultura brasileira é sustentável
O Giro do Boi desta quarta-feira, 27, recebeu o coordenador de Rastreabilidade do Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS), Floriano Varejão, para falar sobre os próximos passos do estudo divulgado, no ano passado, no qual foram apontados 22 pontos de atenção para o Brasil avançar num sistema de rastreabilidade total da pecuária.
O GTPS é uma entidade sem fins lucrativos, criada em 2007, pela reunião de representantes dos seis elos da cadeia produtiva da pecuária para o desenvolvimento do setor aliado com o próprio equilíbrio ambiental. Segundo Varejão, a partir de setembro a entidade já prepara ações práticas para fomentar um sistema de identificação eficiente, tecnológico e que possa trazer benefícios para o pecuarista.
As 22 necessidades foram divididas em cinco grupos: apoio ao setor produtivo, governança, compromissos e critérios, rastreabilidade da origem animal e consumidor. Entre os pontos estão a transparência na cadeia de abastecimento, a contínua integração do pecuarista, a comunicação efetiva com o consumidor e a garantia da integridade alimentar, social e ambiental proporcionada pela cadeia produtiva da carne bovina.
“A partir desses problemas que foram priorizados, estamos buscando soluções estratégicas para serem aplicadas. No final deste ciclo, que vai ser ali em setembro, a gente vai ter um plano de ação. Gostamos de dizer que vai ser um pequeno passo elegante para cada categoria fazer um pequeno movimento em direção a uma pecuária mais sustentável e rastreada”, diz Varejão.
Soluções possíveis
Entre as soluções que podem integrar este plano prático é um conjunto de ações para envolver mais o pecuarista no processo de rastreabilidade, trazendo benefícios para que ele possa adotar facilmente esse sistema na propriedade.
“Precisamos entregar tecnologia, treinamento, linhas de financiamento, incentivos financeiros, para que o produtor consiga, adquirir novas rotinas que envolvam a rastreabilidade de maneira sustentável, financeiramente falando”, diz Varejão.
Além de munir o produtor com ferramentas corretas e incentivos financeiros, sua integração com a indústria, por exemplo, também são essenciais para indicar quais os critérios para se estabelecer a rastreabilidade, com informações sobre quais são os dados e as tecnologias necessárias.
Gestão afinada
Apesar de o sistema parecer custoso ao produtor, especialmente na questão da capacitação profissional que será exigida pelos funcionários da fazenda, há um lado muito positivo para o negócio que é um incremento para a gestão da fazenda.
“Quando você está rastreando, você está monitorando, ou seja, você está tendo um controle maior de sua propriedade, portanto você tem dados para melhor tomada de decisão para ser mais produtivo”, diz Varejão.
Confira no vídeo abaixo a entrevista na íntegra:
Comunicação
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