A Mesa Brasileira da Pecuária Sustentável esteve presente na 33ª Edição do Febraban Tech 2023, maior evento de tecnologia e inovação do setor financeiro. No dia 27 de junho, Aline Aguiar, membro da Comissão Executiva da Mesa Brasileira, participou como debatedora do painel O campo dos dados: a evolução tecnológica do Agronegócio.

Os benefícios do uso de dados e de automação no agronegócio ultrapassam os limites das propriedades rurais, alcançando todos os elos da cadeia, dentro e fora da porteira, até chegar ao consumidor final. A tecnologia traz mais produtividade para o agro, com menos custo, e abre caminho para o avanço da agricultura.

A agricultura regenerativa, por exemplo, produz alimentos ou outros produtos agrícolas ao mesmo tempo que regenera o solo, ou seja, traz nutrientes que melhoram a qualidade química e estrutural do solo, e de maneira geral, possibilita que a natureza do solo ou da região se reestabeleça.

“A pecuária é um dos exemplos, mas existem outros exemplos concretos. E o link que eu faço aqui é que não existe a menor possibilidade de se produzir de forma sustentável sem fazer o uso de tecnologias. São dois temas que são irmãos siameses”, comentou Aline Aguiar sobre a oferta de produto de qualidade e competitividade produzido de forma mais sustentável.

Muitos são os exemplos de tecnologias utilizadas campo. Rotação de culturas; adoção de plantas de cobertura; redução de arado no solo; Integração-Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF); utilização de insumos biológicos e de sistemas de irrigação altamente precisos; promoção do bem-estar animal e de práticas justas de trabalho para agricultores, são outros exemplos de práticas sustentáveis que demonstram que o Brasil consegue produzir em larga escala com sustentabilidade.

Para finalizar, Aline comentou dois passos importantes para preparar a força de trabalho do campo para a tecnologia. “Não dá para fugir de conhecimento pessoal. Numa esfera bem simplista, a gente só consegue aplicar conhecimento se a gente tiver adquirido ele previamente. Então precisamos de pessoas com conhecimento. Conhecimento onde? Em produção e produtividade, em tecnologia, em ecologia (florestal, meio ambiente). Isso é o primeiro passo.”

Na sua visão, o segundo passo, o mais desafiador, é como fazer a transferência de conhecimento para os produtores rurais, principalmente aos pequenos e médios. “A receita para alcançar a sustentabilidade na produção de alimentos é simples: utilizar a tecnologia. No Brasil, 84% dos produtores são pequenos, muitos sem ensino médio. Nosso objetivo deve ser levar todo esse conhecimento discutido aqui até esses produtores rurais. Precisamos transferir o conhecimento para o produtor rural, incluir ele nesse processo de inovação, porque de nada adianta desenvolvermos tecnologias sem ele estar preparado para utilizar”, finalizou Aline.

De acordo com o IBGE 84% (4.1 milhões) de produtores rurais no Brasil são pequenos produtores. No último censo Agro do IBGE (2017), dos 2,5 milhões de produtores considerados médios, 70% deles não tem o ensino fundamental completo.

O painel, que fez parte da trilha “Cross industry: a inovação além do setor financeiro”, contou com a presença de Rafael Baldi, diretor adjunto de Produtos da Febraban, como mediador, e dos debatedores Jayme Pinto Junior, diretor de Agronegócios do Banco do Brasil; Luis Veit, superintendente de Agronegócio do Sicredi; e Debora Rodrigues, gerente de Geração de Valor & líder de Inovação Aberta da John Deere para a América Latina.

A 33ª edição do FEBRABAN TECH, realizada entre 27 de 29 de junho de 2023, no Transamerica Expo Center, em São Paulo, teve como tema central “A bioeconomia e as oportunidades em uma sociedade digital” e reuniu lideranças dos setores financeiro, tecnologia, sustentabilidade e de áreas interessadas em inovação, para debates sobre temas de vanguarda da economia digital.

Assista o painel na íntegra: